O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manteve o silêncio nesta sexta-feira, 25, ao ser abordado por jornalistas durante sua ida à sede do partido, em Brasília. Sob risco de prisão caso burle as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro evitou qualquer declaração à imprensa. “Vocês acham que eu posso? Gostaria muito de falar com vocês, mas não posso”, afirmou, antes de seguir o trajeto.
O silêncio de Bolsonaro vem enquanto sua equipe jurídica ainda avalia os desdobramentos do despacho de Moraes, que proibiu o ex-presidente de usar redes sociais, inclusive de forma indireta, por meio de transmissões ou postagens feitas por terceiros. O ministro deixou claro que qualquer tentativa de burlar a medida poderá resultar em prisão imediata.
Apesar da restrição, Moraes ressaltou em decisão recente que Bolsonaro não está proibido de conceder entrevistas ou discursos, desde que respeite os horários do recolhimento domiciliar noturno e as demais medidas cautelares. O alerta, no entanto, mira a prática de divulgar falas em redes sociais por meio de aliados ou canais simpáticos.
“Não seria lógico e razoável permitir a utilização do mesmo ‘modus operandi’ criminoso com diversas redes sociais de terceiros […] para divulgar condutas ilícitas”, escreveu Moraes ao analisar a conduta do ex-presidente e a atuação de suas chamadas milícias digitais.
Desde o dia 18, Bolsonaro está monitorado por tornozeleira eletrônica, não pode sair de Brasília, nem se aproximar de embaixadas, medida imposta diante da suspeita de que poderia tentar se refugiar em algum território estrangeiro para escapar das penas do processo que apura tentativa de golpe de Estado, atualmente em fase final no STF.
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