Bernardino “Já Está”, Mas ONG Exige Cabeças Do SERNIC E UIR Para Interrogatório Na PGR



O antigo Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, foi ouvido, na segunda-feira, pela Procuradoria-Geral da República (PGR), no âmbito das manifestações pós-eleitorais entre Outubro de 2024 e princípios de 2025.


Embora o visado tenha esquivado a imprensa, o Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD) que submeteu a denúncia considerou um “ganho” a presença de Rafael para responder à justiça das acusações que pesam sobre si.


A denúncia é sobre o assassinato de mais de 500 pessoas pela polícia naquele período, e Rafael não é o único visado.


A denúncia arrola o Director-Geral do Serviço de Investigação Criminal (SERNIC), Nelson Rego, e o então Comandante da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), [Francisco Quiasse Madiquida?].


“Estamos todos recordados de pessoas que andavam descaracterizadas, empunhando armas de fogo. São pessoas que, como sabemos, estão ligadas ao Serviço de Investigação Criminal. Estas pessoas também tiveram uma mão na onda de violação dos Direitos Humanos. Hoje começa Bernardino Raphael, mas esperamos que o senhor Nelson Rego também possa ser ouvido, e que o comandante da UIR também seja ouvido” disse André Mulungo, do CDD.


Questionado pela imprensa se existem expectativas do CDD em a PGR actuar com a devida imparcialidade, o activista social mostrou-se Optimista, vincando tratar-se uma oportunidade para o actual regime “fazer diferente”.


“É verdade que o Governo dos 50 anos é o mesmo, mas o regime não o é. Foi no regime de Filipe Nyusi onde vimos mais casos de violação de Direitos Humanos. Este é outro regime de Presidente Chapo que, como disse na tomada de posse, ele quer fazer coisas diferentes. E esperamos que ele use esta denúncia, este caso, para mostrar que, de facto, ele quer fazer coisas diferentes para obter resultados diferentes. Nesse sentido, temos esperança e expectativa de que esse processo avance” disse.