Caso Adriana Smith Reacende Polêmica: Morte Cerebral e os Limites das Leis Antiaborto nos EUA



O drama de Adriana Smith, uma jovem de 30 anos declarada com morte cerebral na Geórgia, nos Estados Unidos, trouxe à tona um intenso debate sobre os limites das leis antiaborto. Mesmo sem qualquer possibilidade de recuperação, ela permanece conectada a aparelhos para manter sua gravidez, agora na 22ª semana, por determinação da legislação estadual.


A família de Adriana enfrenta não apenas a dor da perda, mas também a pressão dos custos hospitalares e a falta de autonomia sobre a situação. A mãe da jovem, April Newkirk, lamenta que não tenha tido escolha e desabafa sobre o peso da decisão imposta pelo Estado.


“O processo de luto nem pode começar porque ela está simplesmente deitada ali. [...] Deveria ter ficado a cargo da família. Não estou dizendo que teríamos escolhido interromper a gravidez dela, mas o que estou dizendo é que deveríamos ter tido uma escolha.”, desabafou April.


O feto, chamado de Chance pelos familiares, já foi diagnosticado com hidrocefalia, uma condição que pode comprometer seriamente sua qualidade de vida. Especialistas alertam que manter um paciente com morte cerebral ligado a aparelhos por um período tão longo é uma prática incomum e pode resultar em infecções, falência de órgãos e deterioração dos tecidos.


“A gravidez é anunciada de forma tão tóxica que Adriana não consegue morrer com dignidade devido ao valor percebido de seu corpo como portador. “, diz Cheyenne Varner, fundadora do The Educated Birth.


O caso gerou indignação nos Estados Unidos e levantou questionamentos sobre os direitos das mulheres e os limites das políticas antiaborto. A tragédia expõe uma realidade preocupante no país, que já registra a maior taxa de mortalidade materna entre nações desenvolvidas, afetando principalmente mulheres negras.


📸 Imagens: Cortesia / April Newkirk