O Napoli chegou hoje ao quarto título italiano de futebol da sua história, segundo em três anos, algo inédito, com o técnico Antonio Conte a entrar para a história da Serie A, numa temporada bastante atípica.
Apesar das quatro derrotas e 10 empates registados na temporada, e de um ataque que ficou apenas pelos 59 golos, o Napoli voltou a receber o 'scudetto', depois de 1986/87, 1989/90 e 2022/23, com mérito próprio, claro, mas também beneficiando de uma quebra do Inter Milão, que chegou a ter o bicampeonato no bolso.
O triunfo por 2-0 sobre o Cagliari na última ronda da Liga italiana levou o estádio Diego Armando Maradona à loucura, assim como a própria cidade e também a região sul italiana, já que o Napoli é o grande representante dessa zona.
Com apenas um ponto de vantagem sobre o Inter, apesar de menos 20 golos, depois de 38 rondas disputadas, o Napoli fez história com um plantel reduzido e com ausências de 'estrelas', uma delas, o georgiano Khvicha Kvaratskhelia, que rumou ao Paris Saint-Germain a meio da temporada.
Sem competições europeias, devido ao 10.º lugar alcançado em 2023/24, o Napoli beneficiou claramente dessa posição, entrando em cena o escocês Scott McTominay e o belga Lukaku.
Não é por acaso que ambos fizeram os golos do jogo do título com o Cagliari, com McTominay a demonstrar que tomou a decisão certa ao deixar com surpresa o 'caos' do Manchester United durante o verão, rumando a um emblema que no inicio da temporada não entrava entre o grupo de favoritos à conquista da Serie A.
O médio internacional escocês acabou a prova com 13 golos, o último de forma acrobática, quase numa homenagem britânica a Maradona, e arrisca vencer o prémio de melhor jogador da temporada em Itália.
Lukaku, aos 32 anos e por muitos apontado como já sem condições para atuar por equipas de topo, calou os seus críticos com 14 golos na Serie A, e ainda 10 assistências, numa época memorável para o belga.
O título do Napoli ganha ainda maior valor com António Conte, que muitas vezes ameaçou deixar o comando técnico devido à falta de investido na equipa, sobretudo após a saída de Kvaratskhelia.
Para história não vai ficar o conflito acesso entre treinador e direção do clube, mas sim a entrada de Conte para eternidade da Serie A, ao tornar-se no primeiro técnico da história da competição conquistar o título com três emblemas, depois do sucesso com Juventus, por três vezes, e Inter.
Conte, que falhou, no banco, a festa com o Cagliari devido a castigo, venceu também o seu quinto título, igualando figuras míticas do futebol italiano com Marcello Lippi e Fábio Capello, ficando a um de Massimiliano Allegri e a dois do recordista e ex-técnico do Benfica Giovanni Trapattoni.
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