O Tribunal de Grândola decidiu condenar o responsável pela morte da cantora Claudisabel, o guarda prisional Marco da Silva, de 50 anos, pela negligência grosseira que levou à morte da artista a uma pena de prisão de três anos, mas suspensa.
Numa leitura de sentença muito aguardada, esta segunda-feira, 09 de dezembro, dois anos depois do trágico acidente de viação, a juíza considerou que o condutor alcoolizado (1,95 g/l), que seguia a 124 km/h, e que embateu contra a cantora, que seguia a 59 km/h, sem cinto de segurança, e ao telemóvel, “mostrou arrependimento”, não o condenando a pena de prisão efectiva, como a acusação pedia.
Raquel Madeira, a mãe da cantora não esteve presente na leitura da sentença, fez-se representar pelo advogado, mas reagiu depois, em entrevista a Hernâni Carvalho, no programa Linha Aberta, da SIC., com grande revolta. “Quem vai chorar o resto da vida sou eu. A juíza não o condenou a ele, condenou-me a mim, à minha filha, à minha família toda”, disse, chorosa, Raquel.
“É muito injusto. Fiquei a saber que ele continua com carta até agora, vai entregá-la daqui a dez dias, como é possível?”, disse a mãe de Claudisabel, sobre o arguido, que vai ficar impedido de conduzir durante 1 ano. “Pensamos em recorrer da decisão, ninguém pode aceitar uma sentença dessas. Beber foi uma escolha dele, conduzir alcoolizado foi uma escolha dele, não considero que tenha sido um acidente, tem que haver penas pesadas. Que a morte da minha filha não fique em vão, por favor”, disse Raquel, que perdeu a única filha neste trágico acidente.
Na mesma entrevista, Raquel Madeira falou ainda sobre o desejo de Claudisabel em ser mãe brevemente. “Por uma questão de saúde, ela queria ser mãe. Ela tinha uns tumores fora do útero que não eram operáveis e com a gravidez ela ficaria bem. Já andava há algum tempo a pensar nisso, não se falava noutra coisa”, disse a mãe de Claudisabel, muito emocionada.
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