Estudantes do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo foram demitidos de seus estágios após envolvimento em um episódio de racismo, no último sábado (16). O caso aconteceu durante uma partida de handebol em um evento universitário.
Em nota, o escritório Pinheiro Neto Advogados, onde Tatiane Joseph Khoury trabalhava, informou a demissão da estagiária após o caso de racismo e lamentou o ocorrido:
“O escritório reitera que não tolera e repudia racismo ou qualquer outro tipo de preconceito. Informamos que a estagiária envolvida nesse episódio não integra mais o escritório”.
O escritório Castro Barros Advogados demitiu o estudante Arthur Martins Henry, identificado no caso do último sábado. O desligamento foi informado em um comunicado sobre o episódio, afirmando que não admite atos discriminatórios por parte de seus funcionários.
“Qualquer pessoa que ignore ou despreze esse fato não tem condições de fazer parte do Castro Barros Advogados”, disse.
A empresa Machado Meyer Advogados publicou uma nota sobre o envolvimento de uma de suas funcionárias, Marina Lessi de Moraes, que também foi demitida após o caso de racismo.
“O Machado Meyer recebeu ao longo do dia notícias a respeito dos eventos ocorridos nos jogos jurídicos estaduais de São Paulo. Neste contexto, informa que fará as apurações necessárias e avaliará as medidas a serem tomadas”.
O escritório Tortoro Madureira & Ragazzi também emitiu um documento afirmando o desligamento de outro estudante da PUC, Matheus Antiquera Leitzke.
“O estagiário Matheus Antiquera Leitzke nos confirmou que praticou os actos a ele imputados nos actos discriminatórios contra estudantes da USP durante jogos universitários realizados no interior de São Paulo, no último final de semana. Como consequência, ele foi desligado do escritório”.
Entenda o caso
No último sábado (16), durante uma partida de handebol masculina entre alunos da PUC e da USP, nos Jogos Jurídicos Estaduais de São Paulo, estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo entoaram cantos racistas contra estudantes de Direito da Universidade São Paulo (USP).
“O pessoal da PUC começaram a gritar: ‘Cotistas, ainda por cima são cotistas, pobres, pobres'”, afirma da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, que preferiu não se identificar.
A jovem, que estava na torcida da USP no momento dos xingamentos, conta ainda que um estudante da PUC chegou a mostrar o celular para as vítimas com a frase: “passa o PIX para eu mandar a esmola”.
Após a divulgação dos vídeos com o flagrante das ofensas, parlamentares do PSOL denunciaram o caso ao Ministério Público de São Paulo e pediram a abertura de um inquérito policial para investigar o ocorrido.
“As referidas ofensas transcendem o ambiente de rivalidade esportiva e configuram um comportamento discriminatório que associa a condição socioeconômica e racial de estudantes cotistas a uma suposta inferioridade”, afirma trecho do documento.
O Ministério Público de São Paulo informou a reportagem do SBT News que o caso está sob análise da Promotoria Criminal de Americana.
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