Em um pronunciamento contundente nesta terça-feira, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu que Portugal foi culpado por atrocidades cometidas durante a era da escravidão transatlântica e o período colonial. O país, durante mais de quatro séculos, desempenhou um papel significativo no comércio de escravos, com quase 6 milhões de africanos sendo traficados, marcando um dos capítulos mais sombrios da história europeia.
Durante um evento com correspondentes estrangeiros, Rebelo de Sousa não só reconheceu a extensão dos erros do passado, mas também sugeriu a necessidade de medidas de reparação. Ele destacou que Portugal deve enfrentar as consequências de suas ações, incluindo massacres coloniais, que deixaram um legado doloroso até os dias de hoje.
O presidente português enfatizou a importância de assumir a total responsabilidade pelos acontecimentos passados, indo além das simples desculpas. Ele ressaltou que “reconhecer o passado é apenas o primeiro passo, e que é fundamental tomar medidas concretas para corrigir as injustiças históricas.”
“Temos que pagar os custos. Há acções que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso”.
Essa postura de confronto com o passado colonial contrasta com a narrativa anterior, na qual a era colonial era frequentemente retratada como uma fonte de orgulho nacional. Rebelo de Sousa reconheceu a necessidade de revisão dessa perspectiva, indicando um movimento em direcção a uma visão mais crítica e inclusiva da história portuguesa.
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