Moçambique poderá desistir de participar no Campeonato Africano de Hóquei Patins, no Egipto, devido à falta de cinco milhões de Meticais para custear a sua participação na prova. Caso desista, o país será suspenso por quatro anos pelo organismo regulador mundial para desportos sobre patins.
Modalidade com tradição no país, e com reconhecimento ao nível mundial pelas excelentes prestações que culminaram com a conquista de um Campeonato do Mundo do grupo B, em 2006, em Montevideu, no Uruguai; Taça Intercontinental, em 2019, em Barcelona, na Espanha; e histórico quarto lugar no Mundial do grupo A, em 2011, em San Juan, na Argentina; o hóquei em patins continua a viver momentos de incerteza.
É que, faltando três dias para o arranque do Campeonato Africano, no Cairo, Egipto, a Federação Moçambicana de Patinagem (FMP) reclama de um défice de 5 075 000,00 MT (cinco milhões, setenta e cinco mil Meticais) para custear as despesas de passagens aéreas, alojamento e alimentação para as selecções principal e sub-19.
A FMP diz faltar ainda 12 281,00 euros (doze mil, duzentos e oitenta e um euros) para a compra de equipamentos, valor este que, neste momento, pode ser “descartado” e concentrarem-se esforços apenas com “angariar” do Fundo de Promoção Desportiva e parceiros que apoiam a modalidade o valor de 5 075 000,00 MT para a deslocação das selecções nacionais ao Egipto. A organização do certame exige, diga-se, a presença de um árbitro acompanhante (neste caso seria o mais experiente, Ernestino Gabriel).
O órgão reitor da modalidade no país assegura ter enviado, há um mês, uma carta ao Fundo de Promoção Desportiva, a solicitar o financiamento de 60% do valor para passagens, mas não teve uma resposta satisfatória.
E, sem garantias de fundos, a Federação Moçambicana de Patinagem assume, em comunicado, a possibilidade de desistência do país do “Africano”, situação que, reitera na nota enviada ao “O País”, terá como consequência a suspensão de Moçambique da participação do Campeonato Mundial nos próximos quatro anos, conforme o regulamento da “WorldSkate”, organismo regulador mundial para desportos sobre patins, e renúncia da presidência do Comité Africano do Hóquei em Patins da WorldSkate África.
“A FMP inscreveu, na WorldSkate África, duas selecções nacionais nos escalões sénior e Sub-19. A delegação é composta por 26 elementos, entre atletas, treinadores, massagista, médico, roupeiro, jornalistas e dirigentes. O valor estimado para esta participação e aquisição de material de hóquei está fixado em 5 075 000,00 MT (cinco milhões, setenta e cinco mil Meticais) e 12 281,00 (doze mil, duzentos e oitenta e um euros), respectivamente. A participação de Moçambique nestes eventos é feita com base nos patrocínios de empresas parceiras da FMP e no apoio prestado pelo Estado, através do Fundo de Promoção Desportiva (FPD). Constata-se, a menos de uma semana do início do evento, nenhuma manifestação favorável. Nestas condições, Moçambique não poderá participar no evento, com todas as consequências directas e imediatas que advirão para o hóquei, para o desporto e para o país, nomeadamente (i) Moçambique ficará suspenso da participação dos campeonatos mundiais nos próximos quatro anos, conforme o Regulamento do WorldSkate. (ii), por um lado Moçambique é vice-campeão africano de hóquei em patins da WorldSkate África, fruto da sua participação no 1º torneio africano da modalidade, realizado em 2019, em Angola”, lê-se no comunicado.
No terreno, a selecção nacional de hóquei em patins trabalha há já um mês para a prova, tempo, no entanto, insuficiente para projectar uma prova desta dimensão. O ideal seria preparar o certame com seis meses de antecedência. As condições de treinamento também não são favoráveis, porquanto falta equipamento necessário e recomendável aos hoquistas, assim como trabalham debaixo de fraca iluminação no pavilhão do Estrela Vermelha. (O PAIS)
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