Tentativa De Assassinato De Nini Satar: As Peripécias Do Julgamento



Arrancou ontem, na BO, o julgamento sobre a tentativa de assassinato de Nini Satar, em meados do ano passado. São seis indivíduos que são acusados deste crime- um deles está ainda a monte. O Ministério Público, na leitura feita pela magistrada Mirza Bié, relatou todos os factos e deu como provado tudo o que vem na acusação.


Disse que o plano para assassinar Nini Satar começou precisamente quando este esteve internado numa clínica privada, por conta da Covid-19. Os dois polícias, ora detidos, são defendidos por um advogado de nome Celso Tuto, individuo que já entrou em confronto com Nini Satar, apurou esta página.


Nini Satar, apurou-se, dirigiu uma carta ao juiz da causa acusando o advogado Celso Tuto de estar a receber dinheiro do mandante do fracassado crime.


Por outro lado, o advogado disse ainda, na sessão de ontem, para que o juiz não valorizasse as gravações telefónicas que incriminam os réus porque não foram autorizadas por um juiz. O Ministério Público e o juiz não se opuseram, mas argumentaram que o processo não depende das gravações, porque existe prova bastante que incrimina os réus.


Damião Mula, primeiro réu a ser ouvido, confessou o crime. Disse que existiam três polícias que foram contratados para assassinar Nini Satar. Foram estes que contactaram um recluso preso na BO, de nome Leão Wilson, para levar o plano adiante. E Leão Wilson foi ouvido, tendo este dito que conhece os três polícias mas de outras circunstâncias. Disse que o plano nunca foi de assassinar Nini Satar, mas extorquir o seu dinheiro.


O juiz da causa leu o depoimento deste mesmo réu, prestado ao Ministério Público na presença do seu defensor oficioso confessando todos os factos narrados na acusação. E confrontado com estes factos, ele não foi convincente.


Foi ouvido ainda um terceiro réu, chamado Chicuamba. Ele é acusado de tentativa de assassinar Nini Satar por meio de água envenenada ou usando uma faca. Negou tudo e disse que Nini é que lhe ameaçou. O juiz da causa leu as declarações prestadas por este réu durante a instrução preparatória do processo. Aqui ele confessava o crime. A Chicuamba faltaram palavras.


Hoje serão ouvidos os dois polícias que se encontram detidos na Cadeia Civil.


Fonte: Justiça Nacional