Adidas Corta Oficialmente Relações Com Kanye West



Kanye West está cada vez mais sob as luzes da ribalta, mas nunca por boas razões. Ninguém esquece um episódio de 2009, em que o cantor interrompeu Taylor Swift (que na altura tinha 19 anos), quando esta recebeu o prémio de Melhor Video do Ano nos VMAs, categoria a que Beyoncé também concorria. Enervado com tal vitória, West decidiu subir ao palco, afirmando que "a Beyoncé tem um dos melhores vídeos de todo o tempo" e que, portanto, merecia ganhar. A própria artista ficou desconfortável. Poderíamos dizer que a espiral descendente da reputação do cantor teve início nessa altura, pelo menos a nível público.


Kanye West a interromper o discurso de Taylor Swift, pela vitória de Vídeo do Ano nos MTV VMAs
Kanye West a interromper o discurso de Taylor Swift, pela vitória de Vídeo do Ano nos MTV VMAs


Entre outras polémicas, as mais recentes são as que chamam mais à atenção, devido à gravidade das afirmações de West, que agora levaram a que a Adidas finalmente cortasse relações com o cantor - mas já lá iremos.


Tudo começou com o nono desfile da colaboração de West com a Adidas, Yeezy, em que apareceram modelos com camisolas pretas e brancas onde se podia ler "White Lives Matter" ("vidas brancas importam"). Tendo em conta a trágica e cruel morte de George Floyd em 2020, que trouxe de volta o ênfase à importante frase e movimento "Black Lives Matter" - que pretende apoiar todas as minorias negras que são vítimas de racismo - a frase utilizada pelo cantor é amplamente considerada racista. Sobre isto, em entrevista com Tucker Carlson, jornalista da FOX News, Ye (nome legalmente adotado pelo cantor desde 2021) afirmou que "a resposta para [a frase] 'vidas brancas importam' é: porque importam. É óbvio". Quando conotada como uma frase de supremacia branca, como avança a Page Six, site de notícias sobre celebridades e entretenimento, não há como ver isto de forma positiva.


O cantor não pediu desculpa pelo sucedido, e disse que pretendia continuar a vender as camisolas e t-shirts, pois "toda a gente sabe que 'Black Lives Matter' foi uma fraude que agora acabou, não têm de me agradecer", escreveu nas suas histórias do Instagram.

De seguida, Kanye West ainda recorreu ao Twitter, onde publica os seus controversos pensamentos e opiniões, para falar sobre antissemitismo, e foi mais longe: não só o fez na rede social como em canais de televisão americanos. Quando o jornalista Piers Morgan lhe perguntou se se arrependia de ter feito tais comentários, a resposta foi: "não, claro que não". 


No seguimento desta situação, e depois de a Balenciaga e a Vogue americana anunciarem um corte de relações com Kanye, a Adidas chega-se à frente e põe fim ao contrato que rendia à marca milhões por ano.


Há vários dias que a Adidas vinha a ser amplamente criticada pela demora em terminar a parceira com o cantor. Em primeira instância a marca lançou um comunicado, a 6 de outubro, em que afirmava que "após esforços repetidos de resolver a situação de forma privada, decidimos por a colaboração sob revisão. Vamos continuar a cogerir o produto (Yeezy) durante este período", avançou a Reuters. Três semanas depois, a marca finalmente abdicou da colaboração estabelecida, de forma irreversível: "após uma revisão detalhada, a empresa decidiu terminar a colaboração com Ye imediatamente, e acabar com a produção de produtos com a marca Yeezy, tal como os pagamentos a Ye", afirmou em comunicado. 


"Os recentes comentários e ações [de West] foram inaceitáveis, odiosos e perigosos, violando os valores de diversidade e inclusão da empresa, bem como o respeito mútuo e a justiça", escreve a empresa.