Motoristas De 'chapa' Paralisam Contra Aumento De Combustíveis Em Maputo



Várias pessoas disseram à Lusa que os motoristas encostaram os carros nos principais terminais da periferia da capital, obrigando os utentes a permanecerem durante muito tempo nas paragens, acabando por caminhar vários quilómetros a pé ou a voltar a casa.


Polícias foram colocados nalguns dos principais terminais rodoviários, como Xipamanine, Xiquelene, Compone, Zimpeto, Benfica, Malhazine e Magoanine.


Alguns autocarros tentaram "furar a greve", mas foram impedidos pelos colegas, que exigiram a retirada dos passageiros que iam a bordo.


Temendo saques, vendedores informais não colocaram os produtos à venda nalguns passeios de avenidas e ruas de Maputo, como é hábito neste tipo de atividade.


Alguns motoristas de "chapas" concentraram-se em pequenos grupos nas paragens, cantando temas populares moçambicanos.


Em declarações hoje ao canal privado TV Miramar, o presidente da Federação Moçambicana das Associações Rodoviárias (Fematro), Castigo Nhamane, considerou espontâneas as ações dos transportadores, mas disse entender o protesto, devido à demora do Governo em aceitar a subida do preço de viagem.


"São paralisações esporádicas, mas se os preços dos combustíveis continuarem a subir, não sabemos o que poderá acontecer .Pode acontecer o pior", declarou Nhamane, sem concretizar a afirmação.


Na sequência da paralisação, há alunos e trabalhadores sem conseguira chegar a escolas e aos postos de trabalho na cidade de Maputo, forçando vários estabelecimentos de ensino e o comércio a funcionar a meio-gás.


Na sexta-feira, a Autoridade Reguladora de Energia (Arene) de Moçambique anunciou a terceira subida de preço dos combustíveis deste ano, com o gás de cozinha a subir quase 20%.


Os novos preços entraram em vigor desde sábado.


A gasolina subiu de 83,30 meticais (1,24 euros) por litro para 86,97 meticais (1,30 euros) e o gasóleo passou de 78,97 meticais (1,18 euros) para 87,97 meticais (1,32 euros) por litro.


Em 2008 e 2010, o aumento do preço de transporte rodoviário, acompanhado do agravamento do custo dos bens e serviços essenciais, gerou revoltas populares em algumas das principais cidades do país, resultando em confrontos com a polícia e destruição nalguns locais.