Caso 113 Milhões De Meticais: Mais Um Declarante Em Audição, Hoje



A Décima secção do Tribunal Judicial da cidade de Maputo vai ouvir, hoje, o réu José Monjane, em conexão com o caso do desvio de mais de 113 milhões de meticais da Direcção Nacional do trabalho Migratório.

Pesa sobre José Monjane, ex-chefe do departamento financeiro da Direcção nacional para o trabalho migratório, os crimes de peculato, abuso de confiança e participação económica em negócios.
O réu é citado em vários momentos da operacionalização do esquema do desvio como uma das figuras centrais devido a sua posição de gestor financeiro.

Este, movimentava cheques, levantava valores em numerário, dava alguma contra partida aos supostos beneficiários dos valores e exigia os respectivos termos de entrega.

Tal procedimento fora feito com o co-réu Alfredo Lucas, proprietário da Indo mobilis, que depois da transacção, o “estimulara” com um valor de trezentos e setenta e cinco mil meticais.

O mesmo aconteceu com o chefe do Gabinete da antiga ministra do Trabalho, Helena Taipo, mas este alegou, a posterior, não reconhecer a assinatura constante no termo de entrega.

Consta ainda que teria sido das mãos do réu José Monjane, passado um cheque de mais de quatro milhões de meticais para o então coordenador dos projectos de inserção social dos mineiros moçambicanos na África do Sul, Pedro Taimo, encaminhar à empresa Mulher Investimentos, da qual a esposa é accionista.

O réu Hermenegildo Nhatave, proprietário da empresa Vetagris-Agro-Pecuária e Serviços, sediada em Magude, província de Maputo, disse ter sido convencido a emitir documentos para justificar a saída de dinheiro na Direcção nacional do trabalho migratório.

O réu explicou, perante o tribunal, que no ano de 2014, José Monjane, funcionário daquela instituição, teria o contactado e deslocado à Magude, na posse de um contrato, tendo pedido para assiná-lo, com a promessa de ganhar trabalhos, futuramente.

No dia 29, será a vez da ex-ministra do Trabalho, Helena Taipo e, sem seguida, a ex-directora da Direcção do trabalho migratório, Anastácia Zita.

Até esta quarta-feira, já ouvidos oito réus. O processo em julgamento do caso do desvio de mais de 113 milhões de meticais compreende 23 volumes e onze réus.