Mulher Pedia Boleia Na Via Pública, Ameaçava Condutor E Ficava Com O Carro Que Depois Vendia


O Serviço de Investigação Criminal (SIC) apresentou, ontem, em Lunda, uma mulher de 37 anos, ex-funcionária da UNITEL, acusada de liderar uma associação criminosa de roubos e furtos de veículos automóveis na via pública. A mulher, com antecedentes criminais, mãe de três filhos, em prisão preventiva, com mais dois elementos, foi encaminhada ao início da tarde desta quarta-feira, 21, para a cadeia da comarca de Viana. Antes, descreveu em detalhe ao Novo Jornal como se envolveu nesta prática de crime.

"Estou desemprega, tenho três filhos, a minha mãe anda doente há mais de seis meses, porque teve um acidente vascular cerebral (AVC) e encontra-se em estado crítico. Não temos ninguém para nos ajudar, por isso tive de me pôr no negócio de viaturas", contou.

A arguida revelou ainda que em função da doença da mãe, tiverem que efectuar uma dívida de um milhão de Kwanzas, que devido aos juros, o valor ascendeu para dois milhões, e, entretanto, a família está ameaçada de perder a residência caso não pague a dívida.

"Não sabia o que fazer, sei que o meu acto não justifica, mas a minha família está com a corda na garganta por causa da dívida e do estado de saúde da minha mãe", descreveu, sublinhando que foi convida por um cidadão para intermediar a venda de uma viatura que depois culminou com a sua detenção.

Já o director do gabinete de comunicação institucional e imprensa do SIC-Luanda, superintendente-chef¬e Fernando de Carvalho, contou que a acção que despoletou a detenção da mulher ocorreu na sequência da investigação do crime de roubo de uma viatura de marca KIA, modelo Rio, cor branca, no dia 14 de Junho, sendo a lesada a cidadã Ilda Cristina Domingos Tais.

"A viatura de marca KIA, que foi roubada à jovem Ilda, foi encontrada com um funcionário público, afecto à Polícia Nacional, colocado no Comando Municipal de Talatona. Após ser questionado sobre a proveniência da mesma, alegou tê-la adquirido pelo valor de 5.400 Kwanzas num comerciante", disse.

Fernando de Carvalho avançou ainda que que durante as diligências foi possível localizar o suposto comerciante, que mostrou mais dois cidadãos, cúmplices da cidadã em causa, conhecidos por Cláudio, de 41 anos, e Carlos, de 38.

"Os suspeitos confessaram o envolvimento na venda do veículo e o pagamento foi feito por transferência bancária na conta da líder do grupo... após a sua detenção, e interrogada sobre a prática criminal, a mulher confessou que fazia os assaltos na via pública quando forjava um pedido de boleia a condutores", explicou o porta-voz do SIC-Luanda em declarações ao NJ.

Diante dos modus operandi da suspeita, o oficial do SIC-Luanda, destacou que a mulher, no decurso da viagem e em conversa com a vítima, a ameaçava dizendo que, "para além dela, mais quatro elementos armados os seguiam em duas motorizadas, amedrontando, desta forma, a vítima, largando-a depois numa zona sem muita movimentação", concluiu