O momento da agressão, protagonizada pelos agentes da Polícia Municipal, foi retratado num vídeo amador no qual se ouviam os gritos de reprovação face a actuação dos homens da lei e ordem.
A vítima da agressão foi Pinto Tembe, pai de dois filhos, carinhosamente chamado como Xirico, que diz não saber o porquê de ter sido agredido e embutido à força debaixo dos bancos do carro da Polícia. Diz ainda que, quando foi levado à esquadra, teria sido novamente espancado.
Ginoca Francisco, que esteve no momento da confusão, diz ter tentado acudir, mas foi em vão, pois os agentes não paravam de actuar.
“Se a Polícia agir daquele jeito, não vamos sobreviver, isso é desumano. Eles chegaram aqui, aquele senhor só estava a defender os colegas e, na tentativa de defendê-los, acabou mal. Levou porrada, foi arrastado como se fosse nada. A minha voz nem se ouve bem, porque tentei defender aquele senhor de todas as maneiras. A vida não pode ser desse jeito”, detalha Ginoca Francisco.
O Comandante da Polícia Municipal, Ernesto Zualo, pede, em nome da corporação, desculpas à vítima e aos munícipes da capital do país e diz que os quatro agentes do Distrito Municipal Kalhamanculo estão suspensos.
“Houve excesso de zelo, mas queremos dizer que não é o modus vivendi, que não é o comando que nós demos aos nossos agentes e, por isso, já há um processo levantado para responsabilizar a atitude dos nossos agentes. Quero aproveitar esta oportunidade para pedir desculpas ao cidadão e aos munícipes em geral. A Polícia Municipal distancia-se completamente daquele tipo de atitudes”, diz Ernesto Zualo.
Pinto Tembe, que ainda se ressente das agressões e apresenta hematomas e lesões visíveis em muitas partes do seu corpo, diz ser indiferente ao pedido de desculpas.
Refira-se que não é a primeira vez em que os agentes da Polícia agridem vendedores naquele ponto do bairro do Aeroporto “A”, mas esta foi a primeira em que foram filmados cujo vídeo daquelas atrocidades foi divulgado.
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